terça-feira, 5 de junho de 2012

“Não existe moda brasileira”, afirma José Gayegos.


José Gayegos foi assistente de Dener, já trabalhou na Dior e com Ocimar Versolato para Valentino. Se formou na ESMOD em Paris, foi coordenador do curso de moda do Senac SP por 16 anos e é historiador de moda. Atualmente apresenta o programa Rendas e Babados na All TV e é consultor do site Chic. Conhecido no mundo da moda por ser polêmico, Gayegos atendeu prontamente ao pedido de entrevista deste blog. 




- Você trabalhou com o Dener. Como foi a experiência?
Em todos os sentidos, foi o período mais incrível e maravilhoso da minha vida.

 - Quais foram os principais pontos da carreira dele?
A originalidade. Sempre fazia o contrário do que os outros (brasileiros) mostravam. 
Suas criações tinham uma grandeza que não se via no trabalho dos outros.

- Qual é a importância dele para história da moda brasileira? Qual foi seu legado?
Sem ele, provavelmente, ainda estaríamos na idade das "casas de moda" de antigamente. Seu legado é o simples fato de estarem perguntando sobre ele.

 - Qual é a sua visão sobre a moda brasileira atual?
"Moda brasileira", como estilo, não existe. Tenho a mesma opinião do Paulo Borges (diretor do SPFW): Moda brasileira é tudo o que é feito no Brasil

- Quais são os estilistas brasileiros que você destacaria? Por quê?
Glória Coelho e Lino Villaventura. Os dois, pela originalidade do trabalho. 

- O que a moda brasileira acrescenta para a história da moda em geral?
Fora a moda praia, absolutamente nada. Não existe "moda brasileira".

- Quais são os “personagens” mais importantes da história da moda, em sua opinião? Por quê?
Sem dúvida, Chanel e Balenciaga. Ela pela revolução que causou, ele por ser o gênio que indicou (até hoje) todos os caminhos da moda, além de ter a roupa mais bem cortada e bem feita de todos os tempos.

- E as maiores revoluções da moda?
Chanel, Courrèges e Cardin. Cada um, em seu tempo, criando uma moda absolutamente original e mudando conceitos. 

- Como você analisa a apropriação dos estilistas atuais de modas passadas?
Deixaram de ser "costureiros" para se tornar "estilistas". Perderam o poder da criatividade por desconhecer a engenharia do vestuário.