segunda-feira, 4 de junho de 2012

Completando o look na década de 30


Durante toda a década de 30, os acessórios foram muito utilizados como complemento de moda.  Bolsas e chapéus sempre fizeram parte do vestuário das mulheres, mas após a crise de 29, os estilistas começaram a investir cada vez mais nesse segmento. Os acessórios serviam para atualizar e para diferenciar trajes muitas vezes simples e versáteis.

De acordo com a historiadora de moda, Amy de la Haye, os chapéus  eram usados fora de casa e os estilos eram diversos, incluindo o fez e o chapéu de marinheiro, assim como boinas, tricornes e toques. “Em 1936, a chapelaria chegou a novos e dramáticos limites, e os modelos mais extremos refletiam a influência do surrealismo.”, afirma Amy.           

Chapéus da década de 30


A cintura marcada tinha voltado e, com isso, o cinto se popularizou. Era usado combinando com a roupa e, às vezes, tinha fivelas de metal com pedras ou de plástico brilhante.       

O plástico também era utilizado na criação de bolsas modernistas, enquanto as tradicionais eram feitas de couros finos ou tecidos decorados. Um modelo que fez muito sucesso na época foi a bolsa de mão em forma de envelope.

Para completar o look¸ as mulheres usavam sandálias de tira e salto-alto, feitas de tecido para combinar com a cor da roupa. Amy de la Haye conta que o italiano Salvatore Ferragamo, em 1936, criou o famoso salto plataforma, feito de materiais mais baratos, como a cortiça. Quem a transformou em sucesso foi Carmem Miranda.      

O cinema influenciava muito a forma das mulheres se vestirem e copiar detalhes e acessórios era muito fácil. Para Amy de la Haye os chapéus que Greta Garbo usava nos filmes eram os mais copiados. “Após seu papel em The Kiss (1929), ela criou uma voga de boinas; Romance (1930) impulsionou a moda do chapéu princesa Eugénie; Mata hari (1931) popularizou o barrete com pedras, e os toques com véu tiveram grande voga depois que ela os usou em The Painted Veil, em 1934.”

Plataformas Ferragamo de 1938

Elsa Schiaparelli e o surrealismo

Foi a estilista Elsa Schiaparelli que introduziu à moda os conceitos surrealistas, inspirada por Salvador Dalí e Jean Cocteau. Nos acessórios, ela criou o chapéu-sapato, um modelo invertido de escarpim de salto alto, feito de veludo preto ou preto com rosa-choque, sua marca registrada.  “Esse modelo extraordinário foi visto como objeto fetichista e como exemplo de deslocamento surrealista: há uma fotografia famosa de Dalí com um sapato equilibrado na cabeça.”, diz Amy de la Haye. Também produziu o colar de insetos e a bolsa em forma de telefone.

Colar de insetos e chapéu-sapato

Vídeo sobre a moda dos anos 30