Durante toda a década de 30, os acessórios foram
muito utilizados como complemento de moda.
Bolsas e chapéus sempre fizeram parte do vestuário das mulheres, mas
após a crise de 29, os estilistas começaram a investir cada vez mais nesse
segmento. Os acessórios serviam para atualizar e para diferenciar trajes muitas
vezes simples e versáteis.
De
acordo com a historiadora de moda, Amy de la Haye, os chapéus eram usados fora de casa e os estilos eram
diversos, incluindo o fez e o chapéu de marinheiro, assim como boinas,
tricornes e toques. “Em 1936, a chapelaria chegou a novos e dramáticos limites,
e os modelos mais extremos refletiam a influência do surrealismo.”, afirma Amy.
Chapéus da década de 30 |
A
cintura marcada tinha voltado e, com isso, o cinto se popularizou. Era usado
combinando com a roupa e, às vezes, tinha fivelas de metal com pedras ou de
plástico brilhante.
O plástico também era utilizado na criação de
bolsas modernistas, enquanto as tradicionais eram feitas de couros finos ou
tecidos decorados. Um modelo que fez muito sucesso na época foi a bolsa de mão
em forma de envelope.
Para
completar o look¸ as mulheres usavam
sandálias de tira e salto-alto, feitas de tecido para combinar com a cor da
roupa. Amy de la Haye conta que o italiano Salvatore Ferragamo, em 1936, criou
o famoso salto plataforma, feito de materiais mais baratos, como a cortiça.
Quem a transformou em sucesso foi Carmem Miranda.
O
cinema influenciava muito a forma das mulheres se vestirem e copiar detalhes e
acessórios era muito fácil. Para Amy de la Haye os chapéus que Greta Garbo
usava nos filmes eram os mais copiados. “Após seu papel em The Kiss (1929), ela
criou uma voga de boinas; Romance (1930) impulsionou a moda do chapéu princesa
Eugénie; Mata hari (1931) popularizou o barrete com pedras, e os toques com véu
tiveram grande voga depois que ela os usou em The Painted Veil, em 1934.”
Plataformas Ferragamo de 1938 |
Elsa Schiaparelli
e o surrealismo
Foi
a estilista Elsa Schiaparelli que introduziu à moda os conceitos surrealistas,
inspirada por Salvador Dalí e Jean Cocteau. Nos acessórios, ela criou o
chapéu-sapato, um modelo invertido de escarpim de salto alto, feito de veludo
preto ou preto com rosa-choque, sua marca registrada. “Esse modelo extraordinário foi visto como
objeto fetichista e como exemplo de deslocamento surrealista: há uma fotografia
famosa de Dalí com um sapato equilibrado na cabeça.”, diz Amy de la Haye.
Também produziu o colar de insetos e a bolsa em forma de telefone.
Colar de insetos e chapéu-sapato |
Vídeo
sobre a moda dos anos 30
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